Certamente você já percebeu que estou me referindo aos famosos bobos da corte. A palavra “bobo” vem do latim balbus, que significa “gago”. Muito do humor deles vinha do falar errado, de gaguejar, de apresentar dificuldades de fala. Havia também deficiências corporais, entre elas o nanismo – coisa que muitos usam até hoje como objeto de graça. E essa “corte” aí era todo lugar em que vivia um nobre – até de títulos menores, como cavaleiros. Como não podia trabalhar, a aristocracia inventava caçadas, torneios… e alguma atividade de diversão. Aí entravam em cena os bobos.
Nossa ideia geral é que isso acontecia na Europa medieval. E era, mas não só. O, digamos, formato das cortes não mudava muito pelo mundo afora. Daí termos esses responsáveis pelo entretenimento espalhados por culturas tão diversas como a egípcia, a grega, a romana, a asteca e a japonesa.
Os bobos da corte valiam por um circo inteiro
Por isso, há outras denominações para essa função, como no inglês jester, que vem de contador de histórias, menestrel; fool, de origem latina, com a mesma raiz de bufão, cheio de vento, sem conteúdo; e clown, que, antes de ser palhaço, é a designação de colono ou caipira. Na França, é fou, louco.
O que faziam eles? Bem mais do que fazem palhaços hoje! Na verdade, os bobos da corte valiam por um circo inteiro: cantavam, dançavam, faziam malabarismo e acrobacias, contavam histórias – e aprontavam palhaçadas. Eram respeitados por dizerem aos poderosos coisas que aos outros custaria a cabeça – ou, no mínimo, uma temporada na masmorra. O dramaturgo inglês William Shakespeare nos oferece alguns exemplares de bobos altamente interessantes e inteligentes. O maior deles está na peça Rei Lear, na qual o bobo demonstra ser um excelente filósofo, bem mais sábio que o rei.
Os artistas gozavam do apreço e da proteção do próprio rei
Na corte espanhola de Felipe IV, na primeira metade do século 17, Diego Velázquez, grande mestre da pintura barroca, retratou os artistas da corte real, todos anões. Era uma espécie de “coleção” do rei. Pois nenhum retrato deles pintado por Velázquez demonstra qualquer situação risível. Ao contrário, homens e mulheres são mostrados fora de suas atividades artísticas, todos vestido como os demais fidalgos de uma das mais poderosas e ricas cortes reais da Europa, na maior dignidade. Afinal, eles gozavam do apreço e da proteção do próprio rei.
E assim tem sido. Da mais remota antiguidade até nossos dias, todas as cortes, reais ou metafóricas, no mundo inteiro, têm lá os seus bobos. Alguns só nos fazem rir. Outros dão muito o que pensar. É isso. E me desculpem se disse alguma bobagem…
O NOSSO BOBO DA CORTE!
Foto: Caroline Assafe / Momoking
Imagina ter um Bobo da Corte alegrando o seu evento?
O Momoking desenvolveu um conceito completamente novo para shows de bateria de escola de samba e carnaval, buscando reviver antigos carnavais, enquanto mantém a eterna alegria e beleza do mesmo. Uma mescla de tradição e atualidade, que leva a magia do carnaval para além dos limites do sambódromo e busca nas raízes, personagens que possam encantar os espectadores de hoje.
Foto: Caroline Assafe / Momoking
E mais, o Momoking é o ÚNICO grupo que possuí uma entrada exclusiva e realmente emocionante.
Foto: Caroline Assafe / Momoking
VIVA ESSA EXPERIÊNCIA!
E se ainda tiver dúvida, vamos deixar um vídeo e-m-o-c-i-o-n-a-n-t-e de uma entrada do Bobo da Corte em um casamento.
BÔNUS:
1. O bobo da corte podia falar sobre verdades que as outras pessoas não podiam falar, porém de uma forma sempre metafórica, não deixando de correr risco e ser punido.
2. Tinha liberdade para criticar o clero, os reis e os nobres, os rituais religiosos e os eventos sociais. Por serem feitas de forma cômica, tais críticas passavam como um gracejo e não como algo sério.
3. O bobo vivia entre reis e rainhas e entre famílias burguesas, e podia se relacionar tanto com a nobreza quanto com os mais “insignificantes” súditos.
4. Ser bobo era um ofício. E com domínio de várias artes — musicais, cênicas e circenses — sempre pendendo para a comédia
5. Sua figura inspirou diversos personagens e a peça “Rei Lear”, uma das obras-primas de Shakespeare.
Você ainda acha que o bobo é mesmo bobo?
Fonte: https://doutoresdaalegria.org.br/blog/5-razoes-para-o-bobo-da-corte/ – https://www.guiadoscuriosos.com.br/historia-geral/quem-eram-os-nada-bobos-da-corte/ – Momoking